Quando Deus fez a mulher, já estava a trabalhar há seis dias consecutivos.
Apareceu um anjo que lhe perguntou:
- 'Deus, porque estás a perder tanto tempo com esta criação?'
Ao que Deus respondeu:
- 'Já viste a minha lista de especificações para este projecto?
Ela tem que ser completamente lavável, mas sem ser de plástico, tem mais de 200 partes móveis, todas substituíveis, e é capaz de sobreviver à base de coca-cola light e restos de comida, tem um colo capaz de segurar em quatro crianças ao mesmo tempo, tem um beijo capaz de curar qualquer coisa desde um arranhão no joelho a um coração ferido e faz isto tudo apenas com duas mãos.' O anjo ficou estupefacto com estas especificações.
'Só duas mãos!? Impossível! E esse é apenas o modelo normal? É muito trabalho só para um dia.
É melhor acabares só amanhã.' 'Nem pensar', protestou Deus.
'Estou quase a acabar esta criação que me é tão querida. Ela já é capaz de se curar a si própria quando fica doente e consegue trabalhar 18 horas por dia.' O anjo aproximou-se e tocou na mulher. 'Mas fizeste-a tão macia e delicada, meu Deus'.
'Sim, mas também pode ser muito resistente. Nem fazes ideia o que ela pode fazer e aguentar.'
'E ela vai ser capaz de pensar?' perguntou o anjo.
'Não só é capaz de pensar como é capaz de negociar e convencer'
O anjo então reparou num pormenor e tocou na cara da mulher.
'Ups, parece que tens uma fuga neste modelo.
Eu disse-te que estavas a tentar fazer demais numa criatura só.'
'Isso não é uma fuga, é uma lágrima.' 'E para que é que isso serve?' perguntou o anjo.
'A lágrima é o seu modo de exprimir alegria, pena, dor, desilusão, amor, solidão, luto e orgulho.' O anjo estava impressionado.
'És um génio, Deus. Pensaste em tudo.' E de facto as mulheres são verdadeiramente espantosas.
Têm capacidades que surpreendem os homens. Carregam fardos e dificuldades, mas mantendo um clima de felicidade, amor e alegria. Sorriem quando querem gritar. Cantam quando querem chorar. Choram quando estão felizes e riem quando estão nervosas. Lutam por aquilo em que acreditam e não aguentam injustiças. Não aceitam um 'não' quando acreditam que existe uma soluçãomelhor. Prescindem de tudo para dar à família. Vão com um amigo assustado ao médico. Amam incondicionalmente.
Choram quando os seus filhos são os melhores e aplaudem quando um amigo ganha um prémio. Ficam radiantes quando nasce um bebé ou quando alguém se casa. Ficam devastadas com a morte de alguém querido, mas mantêm a força além de todos os limites. Sabem que um abraço e um beijo pode curar qualquer desgosto.
Existem mulheres de todos os formatos, tamanhos e cores. Elas conduzem, voam, andam e correm ou mandam e-mails só para mostrar que se preocupam contigo. O coração de uma mulher mantém este mundo a andar. Elas trazem alegria, esperança e amor. Dão apoio moral à sua família e amigos. As mulheres têm coisas vitais a dizer e tudo para dar.
NO ENTANTO, EXISTE UM DEFEITO NAS MULHERES...
* É QUE ELAS SE ESQUECEM CONSTANTEMENTE DO SEU VALOR!
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
SE EU DISSER PRA VOCÊ QUE HOJE...
SE EU DISSER PRA VOCÊ QUE HOJE acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que normalmente faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair para compras e reuniões — se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem para sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como?
Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer para eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.
Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.
A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro da nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido.
Depressão é coisa muito mais séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou com si mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente — as razões têm essa mania de serem discretas.
“Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago de razão/ eu ando tão down...”. Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar o seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinicius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.
Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip hop, e nem por isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor — até que venha a próxima, normais que somos.
Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer para eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.
Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.
A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro da nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido.
Depressão é coisa muito mais séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou com si mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente — as razões têm essa mania de serem discretas.
“Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago de razão/ eu ando tão down...”. Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar o seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinicius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.
Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip hop, e nem por isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor — até que venha a próxima, normais que somos.
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
O MOMENTO......
Depois de um bom tempo dizendo que eu era a mulher da vida dele, um belo dia eu recebo um e-mail dizendo: "olha, não dá mais".
Tá certo que a gente tava quase se matando e que o namoro já tinha acabado mesmo, mas não se termina nenhuma história de amor (e eu ainda o amava muito) com um e-mail, não é mesmo?
Liguei pra tentar conversar e terminar tudo decentemente e ele respondeu: "mas agora eu to comendo um lanche com amigos".
Enfim, fiquei pra morrer algumas semanas até que decidi que precisava ser uma mulher melhor para ele. Quem sabe eu ficando mais bonita,mais equilibrada ou mais inteligente, ele não volta pra mim?
Foi assim que me matriculei simultaneamente numa academia de ginástica, num centro budista e em um curso de cinema. Nos meses que se seguiram eu me tornei dos seres mais malhados,calmos, espiritualizados e cinéfilos do planeta.
E sabe o que aconteceu? Nada, absolutamente nada, ele continuou não lembrando que eu existia. Aí achei que isso não podia ficar assim, de jeito nenhum, eu precisava ser ainda melhor pra ele, sim, ele tinha que voltar pra mim de qualquer jeito.
Decidi ser uma mulher mais feliz, afinal, quando você é feliz com você mesma, você não põe toda a sua felicidade no outro e tudo fica mais leve.
Pra isso, larguei de vez a propaganda, que eu não suportava mais, e resolvi me empenhar na carreira de escritora, participei de vários livros,terminei meu próprio livro, ganhei novas colunas em revistas,quintupliquei o número de leitores do meu site e nada aconteceu.
Mas eu sou taurina com ascendente em áries, lua em gêmeos e filha única! Eu não desisto fácil assim de um amor, e então resolvi que eu tinha que ser uma super ultra mulher para ele, só assim ele voltaria pra mim.
Foi então que passei 35 dias na Europa, exclusivamente em minha companhia, conhecendo lugares geniais, controlando meu pânico em estar sozinha e longe de casa, me tornando mais culta e vivida. Voltei de viagem e tchân, tchân, tchân, tchân: nem sinal de vida.
Comecei um documentário com um grande amigo, aprendi a fazer strip, cortei meu cabelo 145 vezes, aumentei a terapia, li mais uns 30 livros, ajudei os pobres, rezei pra Santo Antonio umas 1.000 vezes, torrei no sol, fiz milhares de cursos de roteiro, astrologia e história, aprendi a nadar, me apaixonei por praia, comprei todas as roupas mais lindas de Paris.
Como última cartada para ser a melhor mulher do planeta, eu resolvi ir morar sozinha. Aluguei um apartamento charmoso, decorei tudo brilhantemente, chamei amigos para a inauguração, servi bom vinho e comidinhas feitas, claro, por mim, que também finalmente aprendi a cozinhar. Resultado disso tudo: silêncio absoluto.
O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita para ele, mais mulher para ele. Até que algo sensacional aconteceu.
Um belo dia eu acordei tão bonita, tão feliz, tão realizada, tão mulher, que eu acabei me tornando mulher demais para ele.
Ele quem mesmo?
(Martha Medeiros)
Eu quero recuperar a capacidade de amar intensamente!!
Hoje descobri isso...
Quero recuperar a capacidade de amar intensamente, loucamente...
Ta certo que quando penso em ficar com alguém, começo a me desesperar...
Mas acho q já está na hora de parar com esse medo aterrorizante de me apaixonar e deixar as coisas fluirem, acontecerem....
Com toda sinceridade... to apavorada só de escrever isso aki...kkkkkkkkkkkkkkk
É estranho, depois de tanto sofrer por alguém, a gente fica arredio, e não quero mais perder minha liberdade. Tem um monte de gente que diz q dá pra ser livre com alguém, mas isso é impossivel. Como não haver cobranças, nem que sejam mínimas?? É do ser humano cobrar e achar q é dono do outro. EU SOU ASSIM... por isso preferi ficar só.. assim não azucrino a vida de ninguém e não pertubam a minha.
Eu gosto de sair na hora que dá vontade, gosto de sair com meus amigos, gosto de ficar sozinha, não quero ninguém me perguntando pq fui a padaria, pq estou tomando banho, pq ainda estou acordada, pq estava dormindo, pq isso, pq aquilo... EU NÃO AGUENTO...
Mas tbm assumo q é ruim quando está aquele friozinho e estou em casa... sozinha....aff...ai eu queria ter alguém....
AINDA BEM QUE MORAMOS NUM PAIS TROPICAL...kkkkkkkkkkkkkkkkkk
e que a maior parte do tempo não temos inverno e o frio é pouco....
Hj eu não sei bem o que eu quero.... EU AMO ESTAR AMANDO... mas o medo ainda é maior..
Aff...
Então não sei o que eu quero...hahahhahaaha
Quero recuperar a capacidade de amar intensamente, loucamente...
Ta certo que quando penso em ficar com alguém, começo a me desesperar...
Mas acho q já está na hora de parar com esse medo aterrorizante de me apaixonar e deixar as coisas fluirem, acontecerem....
Com toda sinceridade... to apavorada só de escrever isso aki...kkkkkkkkkkkkkkk
É estranho, depois de tanto sofrer por alguém, a gente fica arredio, e não quero mais perder minha liberdade. Tem um monte de gente que diz q dá pra ser livre com alguém, mas isso é impossivel. Como não haver cobranças, nem que sejam mínimas?? É do ser humano cobrar e achar q é dono do outro. EU SOU ASSIM... por isso preferi ficar só.. assim não azucrino a vida de ninguém e não pertubam a minha.
Eu gosto de sair na hora que dá vontade, gosto de sair com meus amigos, gosto de ficar sozinha, não quero ninguém me perguntando pq fui a padaria, pq estou tomando banho, pq ainda estou acordada, pq estava dormindo, pq isso, pq aquilo... EU NÃO AGUENTO...
Mas tbm assumo q é ruim quando está aquele friozinho e estou em casa... sozinha....aff...ai eu queria ter alguém....
AINDA BEM QUE MORAMOS NUM PAIS TROPICAL...kkkkkkkkkkkkkkkkkk
e que a maior parte do tempo não temos inverno e o frio é pouco....
Hj eu não sei bem o que eu quero.... EU AMO ESTAR AMANDO... mas o medo ainda é maior..
Aff...
Então não sei o que eu quero...hahahhahaaha
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Filha de Oxum!!
Pensativos, elegantes, chamosos, feiticeiros e espertos. Assim são os filhos de Oxum. São também muito sensíveis e de choro fácil. Estão sempre a procura de um grande amor. Chantagistas, conseguem tudo que querem com uma simples cara de choro. São enérgicos, fortes e trabalhadores.
São pessoas graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras. São o símbolo do charme e da beleza. Voluptuosos e sensuais. Sob a aparência graciosa e sedutora, escondem uma vontade muito forte e um grande desejo de ascensão social.
Na verdade, os Filhos de Oxum, essencialmente honestos e dedicados, esperam sempre merecer as atenções que procuram despertar e sentem-se desprestigiados quando tal não acontece.
Um fato a ser considerado, é o de que os Filhos de Oxum tendem a guardar mais tempo alguma coisa que lhes tenha atingido, e olham com muita desconfiança quem os traiu uma vez; por outro lado, menos vaidosos que os Filhos de Iemanjá ou Iansã, embora aparentem, mesmo em roupas discretas, uma certa realeza.
São ternos e muito carinhosos, são conseqüentes e seguros, buscam sempre a companhia de pessoas de caráter. Preferem não impor a sua opinião, mas detestam ser contrariados.
Custam muito a se irritar, mas quando o fazem, também custam a serenar.
Oxum, parece ocupar no coração das pessoas, o espaço destinado a figura da mãe, e esta característica faz com que seus Filhos sejam naturalmente bem quistos, e não raras vezes, invejados.
Qualquer um!
As mulheres estarão dando chance para o homem que parece ser um "qualquer um" demonstrar que não é apenas um qualquer?A reclamação é antiga, mas continua vigente: mulheres se queixam de que não há homem "no mercado". Acabo de receber um e-mail de uma delas, contando que faz parte de um grupo de mulheres na faixa dos 35 anos que são independentes, moram sozinhas, trabalham, falam idiomas, são vaidosas, têm cultura, fazem ginástica e que, mesmo com tantos atributos, seguem solteiras e temem não haver tempo para formar a própria família. No finalzinho da mensagem, descubro uma pista para a solução do problema: "Apesar de o relógio biológico estar nos pressionando, não queremos procriar com qualquer um. Queremos um cara bacana para ir ao cinema, almoçar no domingo, viajar nos finais de semana".
Claro. Quem não quer?
Não há problema nenhum em ser exigente, em querer uma pessoa que seja especial. O que me deixa intrigada é que há mais probabilidade de você encontrar "qualquer um" do que um deus grego com um crachá escrito Príncipe Encantado. Então me pergunto: as mulheres estarão dando chance para que este "qualquer um" demostre que está longe de ser um qualquer?
Sou capaz de apostar que a maioria das mulheres, no primeiro papo, já elimina o candidato, e quase sempre por razões frívolas. Ou porque o sapato dele é medonho, ou porque ele não sabe quem é Roman Polanski, ou porque ele gosta de pizza de estrogonofe com banana, ou porque ele só gosta de comédia, ou porque ele mistura steinheger com cerveja, ou porque o carro dele é um carro do ano. Do ano de 1991.
Imagina se você, proveniente de uma família estruturada, criada dentro de padrões de bom gosto, com qualidades encantadoras, vai se envolver com este... com este... com este sei-lá-quem.
Pois o "sei-lá-quem" pode ser, sim, aquele cara bacana que levará você para almoçar no domingo, mas você tem que dar uma mãozinha, minha linda. Recolha seus pré-julgamentos, dê umas férias para seus preconceitos, deixe seu orgulho de lado e saia com ele três, quatro vezes, até ter certeza absoluta de que o sapato medonho vem acompanhado de um caráter medonho, de um mau humor medonho, de uma burrice medonha. Porque se o problema for só o sapato e a pizza de estrogonofe, isso se dá um jeito depois, ele não há de ser tão inflexível.
Aliás, e você? Garanto que também não sai pela rua com uma camiseta piscante anunciando Mulher Maravilha. Ele também vai ter que descobrir o que há por trás da sua ficha estupenda, e vá que ele implique com as três dezenas de comprimidos que você ingere por dia, com sua recusa em molhar o cabelo no mar, com sua fixação por telefone ou com os seus sutiãs do ano. Do ano de 1991 também.
Esta coisa chamada "história de amor" requer um certo tempo para ser construída, e as que dão certo são aquelas vividas com paciência, com o espírito aberto e geralmente com qualquer um que consiga romper nossas defesas e nos fazer feliz.
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
"os homens são as verdadeiras mulheres felizes"
Atente para a sutileza da frase. O que ela quis dizer? Que os homens saem pela porta de manhã e vão trabalhar sem pensar se os filhos estão bem agasalhados ou se fizeram o dever da escola. Os homens não menstruam, não têm celulite, não passam por alterações hormonais que detonam o humor. Os homens não se preocupam tanto com o cabelo e não morrem de culpa quando não telefonam para suas mães. Os homens comem qualquer coisa na rua e o cardápio do jantar não é da sua conta, a não ser quando decidem cozinhar eles próprios, e isso é sempre um momento de lazer, nunca um dever. Os homens não encasquetam tanto, são mais práticos. Eu, que estou longe de ser uma feminista e mais longe ainda de ser ranzinza, tenho que reconhecer o brilhantismo da frase: os homens são mulheres felizes. Eles fazem tudo o que a gente gostaria de fazer: não se preocupam em demasia com nada. Porque nosso mal é este: pensar demais. Nós, as reconhecidas como sensíveis e afetivas, somos, na verdade, máquinas cerebrais. Alucinadamente cerebrais. Capazes de surtar com qualquer coisa, desde as mínimas até as muito mínimas. Somos mulheres que nunca estão à toa na vida, vendo a banda passar, e sim atoladas em indagações, tentando solucionar questões intrincadas, de olho sempre na hora seguinte, no dia seguinte, planejando, estruturando, tentando se desfazer dos problemas, sempre na ativa, sempre atentas, sempre alertas, escoteiras 24 horas.
Os homens, mesmo quando muito ocupados, são mais relax. Focam no que têm que fazer e deixam o resto pra depois, quando chegar a hora, se chegar. Não tentam salvar o mundo de uma tacada só. E a chegada de um filho, ainda que assuste a eles, como assusta a todos, é algo para se lidar com calma, é um aprendizado, uma curtição, nada de muito caótico. Eles não precisam dar de mamar de duas em duas horas, não ficam fora de forma, não enlouquecem. Isso é uma dádiva: os homens raramente enlouquecem.
Nós, nem preciso dizer. Nascemos doidas. Por isso somos tão interessantes, é verdade, mas felicíssimas, só de vez em quando, nas horas em que não nos exigimos desumanamente. Homens, portanto, são realmente as verdadeiras mulheres felizes. Que isso sirva de homenagem aos queridos, e sirva pra rir um pouco de nós mesmas, as que se agarram com unhas e dentes ao papel de vítimas porque ainda não aprenderam a ser desencanadas como eles.
Martha Medeiros
Os homens, mesmo quando muito ocupados, são mais relax. Focam no que têm que fazer e deixam o resto pra depois, quando chegar a hora, se chegar. Não tentam salvar o mundo de uma tacada só. E a chegada de um filho, ainda que assuste a eles, como assusta a todos, é algo para se lidar com calma, é um aprendizado, uma curtição, nada de muito caótico. Eles não precisam dar de mamar de duas em duas horas, não ficam fora de forma, não enlouquecem. Isso é uma dádiva: os homens raramente enlouquecem.
Nós, nem preciso dizer. Nascemos doidas. Por isso somos tão interessantes, é verdade, mas felicíssimas, só de vez em quando, nas horas em que não nos exigimos desumanamente. Homens, portanto, são realmente as verdadeiras mulheres felizes. Que isso sirva de homenagem aos queridos, e sirva pra rir um pouco de nós mesmas, as que se agarram com unhas e dentes ao papel de vítimas porque ainda não aprenderam a ser desencanadas como eles.
Martha Medeiros
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Crônica de Heloneida Studart...
Não me interesso por reis, nem os do baralho. Mas como me interesso pelo amor e, principalmente, por histórias de amor, não pude evitar o envolvimento quando li que aconteceu o final feliz da saga amorosa do príncipe Charles, herdeiro do trono da Inglaterra e dessa senhora demeia-idade, Camila Parker, sua eterna namorada. Trinta e quatro anos de amor! Trinta e quatro anos entre dificuldades de toda ordem, imposições da família real, intrometimentos da Igreja Anglicana, casamentos com pessoas diferentes, cerimônias espetaculares (o casamento dele com Lady Diana foi um dos eventos de maior pompa que o Reino Unido já viu), filhos de outros matrimônios e o amor dos dois lá, brilhando, como uma luz extra-terrena, um sol perpétuo. E nem se pode dizer que era um desses afetos eternizados pelasafinidades intelectuais e psicológicas como foi, por exemplo,o de Sartree Simone de Beauvoir. Nada disso.
O romance do feio e desengonçado filho da rainha Elisabeth com a feiosa Camila tinha fortes raízes eróticas, como mostrou o telefonema gravado de um diálogo entre os dois ("Eu queria ser um Tampax" etc.). Ele a amou toda a vida como Florentino Ariza amou Firmina Daza, em Amornos, tempos de Cólera, de Gabriel Garcia Marques. Não valeu o tempo, não importaram as rugas, as pelancas. O mundo inteiro, convertido aos mitos da beleza e da juventude, torceu para que ele amasse a formosa Diana. No entanto, o príncipe desengonçado só amou a sua bruxinha, com aquela cara amassada e cheia de marcas, com aquele corpo desgracioso.
Camila Parker Bowler é uma vitória do amor sobre todos os esteriótiposdo nosso tempo. Juliana Paes, com seu traseiro formoso, inspiraria amorigual? E Luma de Oliveira, com suas coxas célebres? Seguramente, não. Essa inglesa feia, de 57 anos (ela é até mais velha do que o príncipe)mostrou a todas as mulheres, as que não são jovens, não são belas, nunca aplicaram silicone ou usaram botox, que uma mulher pode ser amada por ela mesma - e para sempre. A obsessão pelos corpos sarados, pelas formas perfeitas, pelo estilofeminino top-model foi derrotada por esse obstinado romance. O romantismo ganhou, o sentimento prevaleceu e as mulheres tidas como feias também podem sonhar com seu príncipe. Seja ele príncipe de verdade, ou de fantasia. Pertença à Casa de Windsor ou à casa nenhuma, com sobrenome Oliveira ou Silva.
Camila Parker, quando subiu ao altar, em cerimônia discreta, deve ter sesentido a mais linda das noivas. E certamente, à noite, quando mais umavez se despir diante dele, o príncipe vai enxergar, não o corpo flácido deuma senhora, mas o corpo esbelto, juvenil, perfeito que possuem todas asmulheres, de qualquer idade, quando são amadas.
O romance do feio e desengonçado filho da rainha Elisabeth com a feiosa Camila tinha fortes raízes eróticas, como mostrou o telefonema gravado de um diálogo entre os dois ("Eu queria ser um Tampax" etc.). Ele a amou toda a vida como Florentino Ariza amou Firmina Daza, em Amornos, tempos de Cólera, de Gabriel Garcia Marques. Não valeu o tempo, não importaram as rugas, as pelancas. O mundo inteiro, convertido aos mitos da beleza e da juventude, torceu para que ele amasse a formosa Diana. No entanto, o príncipe desengonçado só amou a sua bruxinha, com aquela cara amassada e cheia de marcas, com aquele corpo desgracioso.
Camila Parker Bowler é uma vitória do amor sobre todos os esteriótiposdo nosso tempo. Juliana Paes, com seu traseiro formoso, inspiraria amorigual? E Luma de Oliveira, com suas coxas célebres? Seguramente, não. Essa inglesa feia, de 57 anos (ela é até mais velha do que o príncipe)mostrou a todas as mulheres, as que não são jovens, não são belas, nunca aplicaram silicone ou usaram botox, que uma mulher pode ser amada por ela mesma - e para sempre. A obsessão pelos corpos sarados, pelas formas perfeitas, pelo estilofeminino top-model foi derrotada por esse obstinado romance. O romantismo ganhou, o sentimento prevaleceu e as mulheres tidas como feias também podem sonhar com seu príncipe. Seja ele príncipe de verdade, ou de fantasia. Pertença à Casa de Windsor ou à casa nenhuma, com sobrenome Oliveira ou Silva.
Camila Parker, quando subiu ao altar, em cerimônia discreta, deve ter sesentido a mais linda das noivas. E certamente, à noite, quando mais umavez se despir diante dele, o príncipe vai enxergar, não o corpo flácido deuma senhora, mas o corpo esbelto, juvenil, perfeito que possuem todas asmulheres, de qualquer idade, quando são amadas.
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